segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Ano Novo. Vida Nova?

          Mais um pouco e um novo ano tem início em nossas vidas... 
          O tempo tem corrido mais acelerado a cada ano; mal nos acostumamos com um e logo já estamos às portas de outro sem que nos apercebamos. 
          Esse 2012 que se esvai em seus últimos atos deixa algumas marcas profundas em nossa sociedade, mas será que podemos anunciar um novo tempo? Trará 2013 as mudanças que possam trazer, de fato, outros ventos, bons ventos, que nos levem a um porto seguro? Ops! Porto seguro é fato novo, mal explicado e talvez nem venha a ser explicado de verdade, visto tratar do intocável, daquele que tudo ignora, do grande traído, ícone da tradição do corno nordestino.
           É...a vida nem sempre é um mar de rosas... Á vezes é só o mar de Rose com suas águas tão turvas quanto os fatos que envolve o mito de papel que a ignorância nacional consagra impulsionada por essa imprensa cooptada, amordaçada pelas verbas publicitárias oficiais e pelos conluios que as mantém renovadas.
          O mensalão nunca existiu... Todos os fatos e dados levantados até hoje e que propiciaram ao país assistir ao maior julgamento político da história, tudo ilusão, tudo invencionice dos neoliberais e das elites inconformadas com o retumbante sucesso do mito e sua clone...
          Um otimista - e eu sou um otimista proativo - poderia pensar: vem aí uma cachoeira de coisas boas, depois que tantos ptelantras foram em cana! Ops, de novo! Cachoeira também não dá... Quer dizer, até daria se a corja política não fosse tão unida e tão inescrupulosa a ponto de arquivar todas as evidências encontradas ao longo das investigações, sem que um só nome fosse indiciado! 
          Pois é...agora vem a Copa do Mundo, um pouco mais e já há eleições majoritárias - ô festa! - e logo chegamos aos Jogos Olímpicos.  Mais festa,  sob os auspícios do nosso dinheiro, o dinheiro dos otários,  sem esquecer que esses jogos vêm atrelados a outro pleito, agora de âmbito regional. Quer dizer: o show não pode parar! Afinal é como se vivêssemos todos em uma grande Hollywood, um espetáculo de ilusão, magia e encantamento permanente!    
          Esse povo brasileiro que adora sonhos - acho que vou investir em uma rede de padarias... - e vota cada vez mais com o umbigo, não tem memória ou escrúpulos, adora uma favela - ops, desculpe nossa falha, comunidade - com suas informalidades (gatos de toda sorte) e desvios, troca a alma por uma birosca na porta do barraco, um tijolo ou um telha e acha normal que sua cachacinha seja mais barata que o leite das crianças. Afinal, o importante é o churrasquinho regado a cerveja e pagode/funk/samba patrocinados pelos candidatos boa gente! Depois, quando acabarem as bolsas do diabo a quatro que têm comprado votos e vidas, uma ONG aparece para dizer que são, coitados, desassistidos e vem fazer mais um trabalho social hipócrita que os mantenham na mesma lama.
          É...não sei se posso dizer "vida nova". Acho mesmo é que vamos seguir com mais do mesmo, só que agora com inflação bombando, mais mentiras oficiais, apagão mal explicado, mais impostos escorchantes, pouca água nas torneiras e novos, muitos novos escândalos petistas espalhados no ventilador sem que nada mude de fato ou haja algum movimento moralizador verdadeiramente sério.  
          Alguém já disse e eu vou repetir aqui: 
          Não basta a Lei da Ficha Limpa na política, é preciso existir o eleitor ficha limpa! De preferência com o voto facultativo, o financiamento de campanhas sendo vedado às empresas e restrito às pessoas físicas nos limites de suas declarações de renda e, para garantir um mínimo de seriedade, apuração eletrônica só com a contraprova em papel depositada em urnas e auditadas fora do alcance do governo. Aí, quem sabe, com um pouquinho mais de cuidado na educação de base e o abandono da infame política de cotas, a gente talvez possa vislumbrar um Novo Tempo amanhã.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A INDIGNAÇÃO ESCANCARADA NO VOTO

Diariamente as ruas trazem aos meus ouvidos uma crescente indignação com o estado de coisas que cerca a vida em Maricá. É praticamente impossível caminhar pela cidade e não escutar cidadãos comentando e criticando os escândalos patrocinados pelo atual Poder Executivo e seus correligionários. Na fila do banco, na farmácia, no mercado, na loteria, na praça, na condução, seja onde for, lá está manifestada espontaneamente a revolta com os desmandos do Marreco.
 
Há um universo paralelo, uma imensa ficção que a propaganda  oficial do governo tenta fazer verdadeira, em que todos vivemos no primeiro mundo e nada há do que reclamar.., mas quando pisamos nas calçadas da vida real, aquela que nos espera rotineiramente, o que vemos, sentimos e sofremos é devastadoramente diferente daquela quaqualândia irreal, daquele devaneio doentio que, fiel à cartilha petista, é repetido ao infinito.
 
Isso em um município territorialmente imenso e sem meios de comunicação de massa regulares, posto que Maricá não possui estações de rádio com pleno alcance,, televisão local ou mesmo jornais diários, faz com que as mentiras levadas aos quatro cantos com uso descarado dos recursos públicos possa iludir a muitos desassistidos nos grotões mais pobres da cidade.
 
Assim, movidos pela necessidade ou traídos pela própria ganância, fruto de um enorme desconhecimento de sua força social, o povo se deixa comprar e vota com o umbigo, vota à imagem e semelhança daquele político que o corrompe: pensa em si e na vantagem que ali se oferece a êle, esquecido de que amanhã lhe caberá igual destino na contabilidade perversa do lôgro que o seduziu.
 
É preciso atentar, no entanto, que nem só de alienados compõe-se a sociedade. Há uma grande parcela que, além de perceber, indignar-se, protestar e buscar organizar-se para mudar o que não lhe satisfaz, também tem a consciência do seu poder de cidadão.
 
Para esses que têm acesso às informações, que se mantém atualizados, seja pela leitura ou pela interação com a rede mundial, para esses conectados com a realidade e que não se deixam levar pelo canto da sereia, há uma forma simples e direta de manifestar seu desagrado.
 
Para esses eu dirijo minhas palavras e lembro que desde a assunção de Claudio Ramos na Câmara de Vereadores, Maricá pôde conhecer um político que manteve seu discurso, suas atitudes e seus propósitos inalterados depois que se fez Vereador.
 
Pela primeira vez um candidato se afirmou sério, se apresentou incorruptível e defensor das premissas que o cargo postulado lhe impunha e assim se manteve depois de eleito. Dentro da Câmara, empossado de forma inédita e através de uma surpreendentemente célere decisão do TRE, Claudio Ramos ratificou seu corolário moral e deu início a uma incansável jornada de combate aos abusos do Executivo e à passividade daquela Casa de Leis. Denunciou manobras escusas, viu-se voto vencido na estéril luta contra a bancada governista cooptada pela linguagem sedutora do poder e do metal, mas declarou-se insatisfeito e deu sequência à sua revolta indo até a Promotoria Pública solicitando diligências para melhor apuração daqueles fatos arquivados.
 
É possível marcar as eleições que se aproximam com uma mensagem inequívoca de repulsa, fazendo de Claudio Ramos um símbolo, um grito libertador da sociedade diante da podridão deste cenário político que denigre Maricá.
 
Manter Claudio Ramos dentro da Câmara para prosseguir em sua cruzada pela moralidade, mantê-lo porta voz de nossa insatisfação com a maior votação individual da história da cidade é a melhor resposta do cidadão e a grande sinalização do que desejamos ver prosperar em nosso município.

 

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O TEMPO É ALGOZ, MAS PODE SER UM ALIADO


          Há quem não se dê conta, mas Outubro já está às portas do presente e o cenário político de Maricá nos mostra que somente os egos crescem na mesma proporção das probabilidades de tudo seguir exatamente igual ao que se vê hoje com os mandos e desmandos - principalmente estes - da turma do Marreco.
          Junto-me àqueles que com tristeza percebem o quanto se satisfaz a situação com a pulverização de forças da oposição (se é que há alguma de fato) nesse lamentável quadro de excesso de politicagem e aguda ausência de política em nosso município.
          Até quando, me pergunto, iremos assistir às mesmas e falidas iniciativas individuais, todos contra todos, em que há quase tantos candidatos a Vereador quanto grupos familiares e tantas alianças vazias em torno de supostos prefeitáveis enquanto os pilantras no poder seguem se utilizando da máquina administrativa em benefício de seus interêsses?
          Será possível que a ninguém ocorra pensar diferente? Será impossível imaginar uma coalizão a serviço da cidade? Um esforço conjunto de supressão de egos, de diferenças pessoais, de velhos ou novos ranços, para salvar uma cidade, um município, de tão evidente e acelerado processo de destruição, será mesmo uma utopia ou uma simples questão de dar voz e ouvir com atenção à idéia da união defendida desde sempre pelo exemplar Vereador Cláudio Ramos?
          Sempre fui - e continuarei sendo - um otimista e sempre acreditarei no ser humano como capaz de se superar, de se reinventar e de ressurgir renovado e forte como nunca e é exatamente por confiar nessa capacidade do homem, mais do que em qualquer evidência contrária ou negativa, que ainda creio ser viável a recomposição de uma frente de oposição real para limpar essa imundície que ora domina Maricá.
             Uma frase antiga e muito oportuna me vem à mente:  
"Para que o mal triunfe basta que os homens de bem nada façam."
        A esta brilhante assertiva, mais atual e verdadeira que nunca, eu me atrevo a acrescentar que
"...O TEMPO É ALGOZ, MAS PODE SER UM ALIADO!"


    sábado, 16 de junho de 2012

    JORNALISMO É ISSO!

    Fatos excepcionais justificam atos de exceção, razão porque venho publicar, na íntegra, a matéria escrita por Marcelo Bessa para o Itaipuaçu Site em que, de forma contundente, avassaladora e extremamente bem embasada por fatos e dados difíceis de serem contestados ou desmentidos, revela detalhadamente como funcionam os bastidores dessa monumental ação entre amigos que vem dilapidando o erário de Maricá e, parodiando Arnaldo Jabour, roubando o futuro de seus cidadãos. Leitura obrigatória, lição de jornalismo - o verdadeiro, sério, investigativo, documentado e bem escrito - para alegrar a alma de quem aprecia a verdade: de fato o REI ESTÁ NU!

    "quinta-feira, 14 de junho de 2012

    Vereadores intimados contestam ato do delegado mas Itaipuaçu Site desvenda toda a verdade

    A sessão realizada nesta quarta-feira (13) na Câmara Municipal Legislativa recebeu um bom público e teve como tema principal o assunto noticiado pelo 'Itaipuaçu Site' e 'O São Gonçalo' relativo às intimações enviadas pelo delegado José William de Medeiros, da 82ª DP, aos vereadores envolvidos numa sessão extraordinária realizada durante o recesso parlamentar de julho do ano passado, convocada pelo prefeito, para a aprovação de uma alteração orçamentária, supostamente criminosa, de um crédito suplementar na ordem R$ 160 milhões.


    A pantomina
    Demonstrando revolta e indignação, os vereadores intimados, em seus discursos, contestaram o ato do delegado José William de Medeiros, dando a entender ao publico presente ao plenário que não há nenhum embasamento legal para a abertura de inquérito de usurpação de poder ou formação de quadrilha.
    O plenário da Câmara recebeu um bom público
    O primeiro a falar foi o vereador do PSB Uiltinho Viana que, além de criticar o seu adversário de partido, o ex-subsecretário Tiago Rangel, imputando-lhe a autoria da denúncia que levou o delegado a resolver intimá-lo a depor juntamente com os demais vereadores envolvidos no episódio ocorrido na câmara, em sessão extraordinária, durante o recesso parlamentar em julho de 2011, acusou-o de estar posando de santo após ter saído do governo por uma suposto esquema de venda de alvarás.

    Caiu Motorista
    Fabiano Horta (PT), líder do governo na câmara, em tribuna, disse que ficou estarrecido ao ler num jornal a notícia de que "a polícia investiga o desvio de R$ 160 milhões" e alegou que a casa exerceu a obrigação constitucional que é a de autorizar ou não, créditos suplementares através de mensagens do prefeito oriundas do poder executivo, citando alguns artigos da lei orgânica municipal. Ainda em seu discurso, imputou o motivo da ação a uma estratégia da oposição de criar o denuncismo desenfreado nas redes sociais e na imprensa local. Já o vereador Helter Ferreira, subiu à tribuna, com os olhos esbugalhados, e também disparou duras críticas ao ex-subsecretário de Meio Ambiente, Tiago Rangel, segundo ele, principal autor da denúncia, acusando-o de vendedor de alvarás à época em que esteve no governo e que por esse motivo teria sido exonerado pelo prefeito. Nesse momento, o vereador Claudio Ramos interpelou-o perguntando se existe algum ato administrativo da prefeitura ou prova acerca dessa grave acusação, Helter não soube responder e Fabiano Horta comentou que "parece que há uma sindicância". Finalizando o seu discurso, Helter Ferreira comentou ainda que tais denúncias contra ele e os demais vereadores que aprovaram, por unanimidade, o remanejamento dos R$ 160 milhões não passam de denúncia vazia com o intuito de manchar  suas imagens perante os eleitores. Aldair Machado da Silva (Caiu Motorista), que na época, estava secretário dos esportes, indiretamente envolvido nas denúncias, lamentou não ter sido intimado. Com a lei orgânica em punho, citou o Art.79 da mesma, alegou que não houve qualquer indício de irregularidade na sessão extraordinária que aprovou a alteração orçamentária, demonstrando, implicitamente, contestação ao ato do delegado José William de Medeiros.

    Aldair de Linda
    Com a ausência do presidente Luciano Rangel Junior, Aldair de Linda, como presidente interino, subiu na tribuna e enfatizou que a comissão constituída para a realização da sessão extraordinária foi autorizada pelo próprio presidente Luciano Junior e que o mesmo não pôde participar pois estava viajando, mas, verbalmente, autorizou-o como legítimo presidente da sessão em questão. Terminada a sessão, indagamos os vereadores Caiu Motorista e Uiltinho Viana sobre quais secretarias foram envolvidas no remanejamento dos R$ 160 milhões e ambos não souberam responder. Caiu disse que não sabe pois não participara do processo. Já o vereador Uiltinho alegou que não se lembra.

    Luciano Rangel Junior, que adentrou o prédio da Câmara minutos após o término da sessão, esclareceu ao nosso repórter que, no Art.79 da LOM, não há referência a qualquer irregularidade quanto à convocação da sessão, porém alertou que a matéria em questão não poderia ser votada em sessão extraordinária por já ter sido votada, em 1º turno, numa sessão ordinária.

    Os fatos  
    Retornando à Redação, procuramos apurar a verdade dos fatos pois, numa consulta prévia a um renomado advogado, fomos informados de que para que a autoridade policial, neste caso o delegado José William, requeira a intimação dos denunciados para a abertura de inquérito policial é necessário que o mesmo vislumbre fortes indícios de materialidade com flagrante participação de todos os envolvidos para configurar a alegada formação de quadrilha. Sendo assim, através de contatos sigilosos, obtivemos acesso às atas e a toda documentação original relativa aos editais de convocação assinados pelo vice-presidente da câmara, Aldair Nunes Elias (Aldair de Linda), enviados aos gabinetes dos vereadores Fabiano Taques Horta, Adailton Pereira da Costa Filho (Bubute), Carlos Henrique Cardoso da Paixão (Henrique Cardoso), Alberto Faria da Costa (Alberto da Maricaense), Luciano Rangel Júnior, Paulo Maurício Duarte de Carvalho (Paulo Maurício), Robson Dutra, Uilton Afonso Viana Filho (Uiltinho Viana), Ronny Pereira de Azevedo (Ronny Pereira) e Helter Viana Ferreira de Almeida (Helter Ferreira). As intimações enviadas aos vereadores e secretários envolvidos,  inclusive ao prefeito Washington Quaquá, foram motivadas por uma ação popular, já em curso, encaminhada à vara de fazenda da comarca de Maricá e à polícia federal, amparada na lei 4.717/65, garantida pelo Art. 5º, LXXIII da CFB (Constituição Federal Brasileira).

    No dia 7 de julho de 2011, o prefeito Washington Quaquá encaminhou à Câmara de Vereadores um pedido de convocação de Sessão Extraordinária para votação em 2º turno da alteração orçamentária encaminhada pela mensagem 026/2011, votada em 1º turno no dia 29 de junho, conforme consta no ofício PMM/GP nº 387/2011. No dia seguinte (8), o prefeito encaminhou outro ofício reiterando a solicitação de convocação extraordinária para a votação da citada matéria, bem como sobre a mensagem 013/2011, referente à contratação de mão de obra para a secretaria de Esportes, comandada na época pelo vereador Caiu Motorista e, no dia 18 de julho de 2011, em pleno recesso parlamentar, a câmara de vereadores se reuniu e aprovou, por unanimidade, as duas mensagens. Como consequência dessa aprovação, o projeto de lei 031/2011, objeto da mensagem 026/2011, foi aprovado pelos vereadores, criando-se, assim, a lei R-004. Com a aprovação dessa lei, o prefeito recebeu o direito à abertura de créditos adicionais suplementares no valor de R$ 159.312.568,99 (cento e cinquenta e nove milhões, trezentos e doze mil, quinhentos e sessenta e oito reais e noventa e nove centavos). Segundo consta nos autos da ação, não havia motivos relevantes para a convocação da sessão em pleno recesso, haja vista que a casa de leis retornaria do recesso em 1º de agosto, período muito curto para trazer quaisquer prejuízos ao andamento dos serviços da prefeitura. Após a aprovação dessa nova lei não se verificou nas medidas adotadas nenhuma que fosse urgente ou necessária conforme determina a lei, mas sim o contrário, a utilização da verba pública para fins banais e duvidosos. Outro fato interessante foi o parecer do procurador da Câmara, Dr. Altair Soares Pereira Junior, anexo aos autos, datado em 12 de julho de 2011, o qual deixa transparecer dúvidas sobre a existência dos pressupostos necessários para tal convocação extraordinária.

    Uso indevido do dinheiro público
    No mesmo dia em que nova lei foi sancionada pelo prefeito, em 22 de julho, a prefeitura assinou contrato com a empresa Equipav no valor de cerca de R$ 24 milhões com indícios de superfaturamento para obras de recapeamento em Itaipuaçu. Um mês depois, no dia 23 de agosto, o secretário de obras comprou cerca de 143.000 m³ de material de pedreira, que dariam para encher 14 mil caminhões basculantes com caçambas de 10m³ cada, sem que se saiba o destino que foi dado a esse material. Nesse mesmo período, a secretaria de Educação gastou cerca de R$ 5 milhões na compra de "laptops". Enquanto isso, a secretaria de Comunicação contratava duas empresas especializadas para fazer propaganda pró-governo pelo valor de R$ 8.118 milhões e a secretaria de transportes contratou, sem licitação, sinalização horizontal e vertical no valor de R$ 6,5 milhões, apesar das vias públicas do município, na sua totalidade, não ter calçamento. Neste caso, vale a pena ressaltar que, no orçamento aprovado de 2011, a quantia destinada à secretaria de Transportes para sinalização horizontal e vertical era de apenas R$ 3 mil e, para todos os gastos, à mesma foi destinada a importância de R$ 53.767 mil. Com relação à mensagem 013/2011, também aprovada na sessão extraordinária, não apresentava caráter de urgência, devido a ser referente à contratação de pessoal para a secretaria de Esportes.

    Ilegalidade na formação da comissão representativa para a sessão extraordinária
    Atas das duas últimas sessões antes do recesso
    De acordo com o artigo 72 do regimento interno da câmara, a comissão representativa deveria ser criada na última sessão do período legislativo, porém conforme a ata do dia 29 de junho, quarta-feira, nenhuma comissão representativa foi criada. Nesta sessão, Fabiano Horta propôs a realização de mais uma sessão na sexta-feira, 1º de julho, onde também, segundo transcrição na ata, não houve tal criação.

    A convocação da comissão inexistente 
    Conforme o parágrafo anterior, legalmente, a comissão representativa não foi criada. Todavia, editais de convocação foram encaminhados aos gabinetes dos vereadores com assinaturas apostas pelo vice-presidente Aldair de Linda que se auto intitulou presidente da câmara sem que o seja, conforme determina o inciso 1º do artigo 72 do regimento interno. Incrivelmente a esse fato é que o vereador Aldair de Linda, usurpadamente auto intitulado presidente, encaminhou uma convocação ao legítimo presidente da casa de leis e da comissão representativa, Luciano Rangel Junior, o qual deveria ser o condutor de todo o processo e os ofícios de convocação enviados pelo prefeito Washington Quaquá, entregues a ele. Outro fato interessante é que o presidente Luciano Junior, apesar de cientificado da existência dos ofícios oriundos do Poder Executivo, não compareceu à sessão extraordinária, bem como o seu companheiro de chapa, na época, vereador Paulo Maurício. Esta manobra do prefeito pode ser facilmente entendida, pois naquela ocasião Quaquá e Luciano estavam brigados e, temendo a rejeição à aprovação dos créditos suplementares, o prefeito optou pela sessão extraordinária.

    O conflito de datas e a fraude
    Edital de convocação enviado ao gabinete de Fabiano Horta
    No edital de convocação de nº 0817/11, bem como as convocações individuais encaminhadas aos vereadores, verifica-se que em todos constam a data de emissão como sendo em 18 de julho de 2011 enquanto que a data do protocolo da Câmara, encarregada da entrega pessoal aos Edis, é do dia 15 de julho, três dias antes, caracterizando, assim, a fraude. Absurdamente, a sessão extraordinária realizou-se no mesmo dia em que as convocações foram digitadas."

    Confira nas próximas edições:
    As ligações políticas eleitorais do Prefeito com os Vereadores


    quinta-feira, 14 de junho de 2012

    METAMORFOSE

    METAMORFOSE
    A gradual mudança de uma casa amorfa


    Finalmente, ao que parece, a Câmara dos Vereadores percebeu a importância do debate, da palavra proferida com fundamento, da esgrima verbal que venha dignificar um parlamento, ainda que seja através da polarização exclusiva de dois vereadores: um representando a oposição ao atual “status quo” da governança municipal e o outro na condição de voz do Executivo na Casa de Leis.
              De fato, foi somente a partir da assunção de Claudio Ramos – e isso ficou marcado desde suas primeiras palavras, quando de seu discurso de posse – que, após longo período mergulhada na mesmice das aprovações e dos arquivamentos automáticos sem qualquer discussão relevante a destacar, a Câmara pôde testemunhar uma cadeia de acontecimentos altamente favoráveis para o cenário político da cidade. Primeiro com o significativo e crescente aumento da presença de cidadãos nas sessões da casa e, segundo, com a subida de tom e teor das denúncias, proposições e opiniões ali apresentadas, especialmente pela constante participação do novel Vereador que tem monopolizado as atenções da mídia e de seus profissionais com seu sarcasmo inteligente, suas observações bem estruturadas e, mais que tudo, com sua diligência na continuidade de sua oratória que se faz partícipe das  ações subsequentes.
              Foi assim que nesta quarta-feira pudemos nos deliciar com os dois citados oradores – Claudio Ramos, o Paladino da Moralidade, a Voz de Maricá, como vem sendo chamado por alguns munícipes e jornalistas, com sua verve oposicionista pungente, duelando com o líder do governo Fabiano Horta que, no exercício de defesa dos interesses do Executivo, demonstra estar cada dia mais afiado na adequação de palavras e letras regimentais. Com isso, até mesmo representantes que costumeiramente permanecem em silêncio viram-se quase que na obrigação de ocupar a tribuna e fazer-se atuante de alguma forma, ainda que a tantos isto signifique agredir impiedosamente a gramática portuguesa e os bons costumes pela sua total incapacidade de utilizar-se de um falar minimamente culto.
              È estimulante, para quem deseja desvendar os mistérios que revestem os números e as narrativas deste governo que faz Maricá assemelhar-se à Ilha da Fantasia, assistir a comovente defesa do indefensável e a busca desesperada por fatos que corroborem o discurso ufanista da bancada situacionista, pois que torna a cada dia mais palpável a realização de um sonho acalentado pela imensa maioria da sociedade pensante de Maricá: a defenestração definitiva do atual Prefeito e de seus asseclas, correligionários e adjacentes usurpadores do povo maricaense, povo este que carece de quase tudo em uma cidade que sobre um crescimento demográfico acelerado vê acumular cada vez mais carências de ordem sanitária, educacional, habitacional, trabalhista e estrutural apesar dos milhões trazidos pelo petróleo extraído das fraldas do território fluminense.
              É alvissareiro perceber a indignação contagiando mais vozes, até mesmo considerando que em algumas reluza tão somente aquele brilho efêmero da conveniência momentânea à procura de alguns minutos de notoriedade na cauda do cometa que vê passar; da mesma forma que é angustiante compreender que em outros há apenas uma tênue e infrutífera tentativa de se fazer incluir nessa ribalta de talentos e de propósitos políticos que se desfaz quase que instantaneamente desde os primeiros solfejos de seus débeis discursos vazios.
              Que se renovem, então, a cada sessão, os munícipes que as assistem já que a casa já não comporta o volume de cidadãos que dela se acerca nesses dias.
    Que se renovem, igualmente, as denúncias, cobranças e exigências daqueles que se dispõem a fiscalizar os atos, mandos e desmandos de um Executivo tão incompetente quanto mentiroso, tão desavergonhado quanto desastroso e descompromissado com o amanhã de nosso município, posto que é a serviço de suas próprias agendas pessoais que mobilizam suas forças.
    Que se renovem e se multipliquem, por último, aqueles que por consciência, lucidez e coerência moral entendem necessária uma aliança ampla e despida de vaidades individuais para tornar realidade um novo tempo em nossa cidade, para tornar factível a expulsão de todos esses violadores que há quase quatro anos vêm destruindo sonhos, vidas e perspectivas de um amanhã virtuoso sem que lhes surja na face qualquer sinal de preocupação, remorso ou arrependimento pelos que nos tem ceifado de oportunidades.
              Chega! Basta!
    É chegada a hora de mudar de rumos e caminhar a passos determinados para um futuro de desenvolvimento responsável com ética, transparência e responsabilidade!

    sexta-feira, 8 de junho de 2012

    UMA SESSÃO DIFERENTE...

    Foi um dia atípico, tanto quanto a sessão que na falta de quórum transformou-se e revelou o que poderia ser feito em respeito ao cidadão, não como iniciativa informal decorrente do desrespeito dos vereadores que ali não compareceram sem justificativas - de onze cadeiras, apenas três estavam ocupadas inicialmente e uma quarta somou-se ao final - e sim regular e formalmente após o Grande Expediente ser encerrado.
    Após 16 anos de vereança, Alberto da Maricaense teve a alegria de presidir uma sessão e pôde fazê-lo de maneira ímpar, pois embora tenha aberto e encerrado os trabalhos a um só tempo, participou em seguida de um delicioso "pinga-fogo" com os munícipes presentes que fizeram uso do microfone sem fio a pedido de Claudio Ramos. Mais do que o ineditismo, surpreendeu a todos a forma positiva com que "sessão" teve curso e, ainda, o equilíbrio das intervenções populares. Na verdade, é possível afirmar que houve um exemplo de boa oratória para certos vereadores que assassinam a gramática com frequência...
    Ao contrário do usual, houve um encontro longo, agradável, com participações de todos - sem aquela velocidade de locução das corridas do Jockey Club com que são apresentados os expedientes nas sessões - e muito bom senso permeando ambos os lados do salão. Pena que tudo se deu em "off", sem registro em Ata e sem os desdobramentos que uma sessão poderia acarretar, embora tenha ficado a idéia, encampada pelos quatro vereadores, de levar à mesa a sugestão de repetir a dose regularmente.
    Seria de bom alvitre que a casa acatasse o hábito de ouvir seus munícipes de viva voz, claro que respeitados os limites da educação e rejeitando todae qualquer tentativa de transformar diálogo em palanque político desta ou daquela bandeira. Considerando-se o ensaio, esta seria a menor das preocupações. Bastaria formatar um modelo dentro dos mesmos critérios da própria sessão formal e delimitar os tempos das participações para que tivéssemos um debate dos mais profícuos.
    Quem sabe um milagre acontece e essa Câmara, que tão afastada se acha da sociedade, não abre seus ouvidos e seus olhos para aqueles que ao fim e ao cabo são seus verdadeiros patrões? É preciso acreditar em um amanhã melhor para que possamos resistir ao presente que nos açoita...

    domingo, 3 de junho de 2012

    FATOS, BOATOS E DESMENTIDOS

    Certamente foi uma grande surpresa ver um plenário tão cheio para uma sessão cuja Ordem do Dia, mais uma vez, dava conta apenas de mais nominações de logradouros. Às vezes tem-se a impressão de que nada mais resta aos vereadores de Maricá senão render homenagens póstumas em ruas esburacadas, tamanha a volúpia com que são apresentadas proposições nesse sentido e ignorados os desmandos e equívocos do Executivo Municipal.
    Claro que pairava no ar uma expectativa. Havia um rumor que tomara conta da cidade e sua confirmação poderia implodir o atual cenário de forças políticas.
    É difícil avaliar até que ponto houve apenas um balão de ensaio ou um recuo diante da repercussão que a notícia gerara na sociedade maricaense, em especial entre os representantes da imprensa e dos partidos políticos. A ausência do Presidente da casa apontava que alguma coisa mudara desde que o assunto veio à tona, mas não havia qualquer certeza fora do óbvio desdobramento da matéria veiculada na Globo dias antes.
    A reação do vereador envolvido na denúncia - e colérico com a citação nominal feita pelo Presidente na sessão anterior - foi abafada pelas intervenções brilhantes de Claudio Ramos e Uiltinho. O primeiro trazendo, como sempre, um toque de ética e dignidade à casa ao pronunciar-se pela investigação ampla antes de acatar as denúncias advindas da imprensa, por mais que se saiba que esta não costuma fazer fumaça sem fogo. Já o segundo, mostrando um afiado senso de humor ao responder com mordacidade à pergunta que se pretendia retórica e se mostrou mais que reveladora, fez calar o orador que tentava explicar algo tão inexplicável quanto baton em roupa íntima...
    Que bom que o plenário estava atento e pulsante, apesar do horário inadequado em que ocorrem as sessões; pelo menos desta feita houve quem testemunhasse os dois lados da moeda: o despreparo de uns e a capacidade de outros.
    Ainda que somente a fórceps tenha sido arrancada uma resposta direta do Primeiro Secretário, saber que a manobra de redução do quantitativo de vereadores era naquele momento uma ficção gerou certo alívio, mesmo considerando pouco verossímel a veemência do desmentido - afinal a notícia nascera nos lábios do próprio Presidente - e entendendo que essa página  tem muitas linhas em branco. Serão mais oito sessões até que se esgotem os prazos legais para mudanças na composição da Câmara e, por isso, é preciso manter nossas barbas de molho.

    domingo, 20 de maio de 2012

    O CONTO DO SONHO COLORIDO

    Mais uma vez o PT e seus Pinochios dão início a uma obra de ficção, inaugurando duas gigantescas placas em plena calçada da cidade e fazendo uma festinha íntima entre amigos, com direito a discurso para os servidores que ali estavam para fazer número.
    Pobre Henfil... deve estar ensandecido em seu túmulo, desesperado para soltar a voz da Graúna e do Fradim e protestar contra o uso de seu nome.
    O que dizer de um centro de cultura em que a Secretaria de Cultura não é citada é algo que me escapa. Só posso dizer que sigo descrendo de qualquer iniciativa oriunda desse desgoverno que assalta Maricá desde o início e que pretende continuar seu grande teatro de horrores com o mais de meio bilhão de reais estocados em seus cofres, sem sequer pensar em utilizá-los em investimentos de infraestrutura que a cidade desesperadamente nescessita.
    É claro que veremos uma profusão de placas espalhadas pelas ruas do município desde agora até as eleições; basta seguir pela Estrada do Boqueirão e já se pode ter uma idéia do que está por vir. Ali há um galhardete a cada poste, mas a favelização prossegue: a macedolândia e seus clones continuam a expandir seus negócios de invasão e construção de casinhas por todos os lados para o lobo mau soprar e rachar sem muito esforço, o asfalto frio continua a ser aplicado sem escrúpulos sobre terra batida sendo lavado - e levado - pela chuva mais tênue e reabrindo suas feridas (buracos) rapidamente, as luzes sumindo tão velozmente quanto os postes que a concessionária de serviços de iluminação planta com seus relógios de medição em qualquer terreno - legalizado ou não - para quem quer que os solicite...
    Para aquela grande massa do voto umbilical, que nada lê, nada vê e nada reinvidica senão sua cervejinha, seu churrasco ou sua telha ao seu "amigo candidato", tudo segue maravilhoso. O marreco é o cara, seus asseclas são bacanas e o amanhã servirá para reclamar do que falta, ainda que a nenhum desses eleitores ocorra ser deles mesmos a culpa de suas carências no hospital, nas escolas dos filhos (afinal, estudar p'ra quê...) e na ausência de saneamento que se lhes nega uma qualidade de vida compatível com o mundo moderno em que vivemos.
    Enquanto tudo isso acontece, ali na casa de leis da cidade há apenas a voz solitária do novo vereador a ser ouvida e ser vencida pelos votos da maioria governista. É claro que faz parte do jogo político, mas enoja perceber que tudo é fisiológico. É evidente também que não será por conta dos revezes impostos por seus pares cooptados que Claudio Ramos se calará; muito pelo contrário, a cada porta cerrada diante de suas denúncias ou de seus pronunciamentos na casa, maior ficará sua disposição para seguir exigindo transparência do Executivo, ética do Legislativo e seriedade no Judiciário. Para quem chegou âquela tribuna pela legalidade dos tribunais, para quem se manteve fiel aos seus princípios desde sempre e não admite desvios de conduta, a luta desigual é incentivo, é adrenalina revigorante, é certeza de trilhar o caminho reto dos vencedores e se ainda há quem duvide de seu futuro na política, sugiro que olhe com cuidado as evidências de sucesso do seu passado e presente profissionais  e se acautele, pois as vitórias pessoais lhe são constantes.  

     

    segunda-feira, 7 de maio de 2012

    O DIA SEGUINTE...COMEÇAM AS FILIGRANAS



    Ainda que possamos entender a expectativa daqueles que, sob o impacto do pronunciamento da sua posse, compareceram à Câmara de Maricá para acompanhar a estréia do Vereador Claudio Ramos na lide política, a realidade da rotina e dos procedimentos regimentais daquela casa de leis pode até mesmo frustrar os mais desavisados.
    Assim, passada a leitura da Ordem do Dia - a qual, diga-se, faz lembrar a célere narrativa de um páreo no Jockey Club, tamanha é a velocidade da leitura muitas vezes incompreensível do relator Vereador Fabiano Horta - têm início os trabalhos da casa e aí é possível perceber com maior clareza o porquê de tantas decisões irem de encontro às postulações do povo, quando de fato obrigar-se-iam a seguir ao encontro dessas reinvidicações. Não chegou a causar espécie, por esperado, a reação da quase totalidade dos representantes presentes, negando ao novel Vereador Claudio Ramos o pedido de vistas de matéria posta em votação, embora tal pedido tenha sido feito em total acordo com o Regimento Interno da casa, o qual, na Seção IX, Subseção V, dispõe:
    "Art.203  Qualquer Vereador poderá pedir vistas sobre matéria em tramitação na Câmara, observado o disposto nos parágrafos 2º e 3º do artigo anterior.
    Parágrafo Único.  O pedido de vistas processar-se-á por requerimento verbal do Vereador, aprovado pelo Plenário."  No disposto supra citado, lê-se o seguinte: "2º O adiamento deverá ser proposto por tempo determinado, não podendo ser superior a três sessões.  3º Não será permitido o adiamento da votação nos seguintes casos: I - matéria em regime de urgência; II - veto."
    Ora, ao respeitar o disposto no Regimento, o Vereador Claudio Ramos esperava nada menos que a habitual concordância de seus pares, mormente por tratar-se de matéria relevante sobre a qual havia tomado ciência momentos antes do início daquela sessão e não ser absolutamente coerente com seus princípios acompanhar qualquer voto às cegas. A negativa, ainda que passível de ocorrer, foide encontro à praxe da casa e, mais ainda, deu-se alicerçada em falsas premissas, posto que tanto o Vereador Caiu quanto o Presidente Luciano alegaram não caber pedido de vistas em matéria em 2ª votação, o que colide frontalmente com a lógica, com o bom senso e com a própria liturgia de instâncias superiores (Câmara de Deputados e Senado) onde cabe pedido de vistas a qualquer tempo, desde que a matéria ainda não tenha sido votada e deliberada em definitivo, como é o caso em análise aqui.
    O que se pode depreender do episódio é uma certa predisposição à intransigência, ou terá sido apenas um deslize daqueles que, apesar de debitar na conta da inexperiência do Vereador Claudio Ramos um pedido inadequado (fora do que é regimental), na verdade revelaram grave equívoco em sua interpretação?
    Quero acreditar no deslize; seria profundamente decepcionante constatar uma orquestração de isolamento do novo Edil, visto que somente o Vereador Uilton, possivelmente por ter sido êle próprio o receptor da matéria, tenha votado pela concessão das vistas. O tempo dirá onde reside a verdade, mas enquanto esta não vem à tona, é importante crescer a participação da sociedade maricaense na platéia das sessões da Câmara, pois esta é uma das formas de inibir (ou será de conhecer?) comportamentos pouco republicanos, digamos...
    O que falta para que compareçamos em número expressivo às sessões de segundas e quartas-feiras? O que falta para despertar a sociedade e fazê-la exercer seu gigantesco poder de fiscalização e de cobrança daqueles que, em síntese, deveriam representar suas reinvidicações? Será que vivemos em um tempo de alienação de tal ordem que apenas o inútil, apenas o vulgar ou o desprezível são capazes de provocar catarses?
    ACORDE CIDADÃO MARICAENSE!
    Já é o dia seguinte e o mundo real que nos cerca é muito diferente daquele descrito nas peças de ficção da propaganda oficial deste desgoverno que aí está!
    É preciso agir e o tempo conspira contra os homens de bem que se calam diante do mal, aqui personificado nos atos insensatos de um Executivo mal intencionado, cabotino, corrupto e inepto em sua essência.    

        

    sábado, 28 de abril de 2012

    VIDA NOVA NA QUARTA-FEIRA

    "VIDA NOVA NA QUARTA-FEIRA"


    Vencidas todas as filigranas legais nescessárias, finalmente é chegada a hora de ter início uma nova página no cenário político de Maricá.
    Apesar de meus temores, a presidência da Câmara Municipal decidiu-se pelo respeito às instituições e às liturgias que o cargo lhe impõe e imediatamente após o recebimento de notificação do Tribunal Regional Eleitoral, fez chegar às mãos do Dr. Claudio Ramos o Ofício Nº023/2012-GP em que agenda para o dia dois de maio próximo a sessão solene de compromisso e posse deste como Vereador dessa casa Legislativa.
    Mais que pela presteza com que agiu, o Presidente do Legislativo Municipal nos surpreende por apresentar um incomum traço de maturidade política e sinalizar seu desejo de manter protocolar relacionamento com o Vereador Claudio Ramos. Será de fato um novo tempo que se avizinha, ou somente a resignação diante do fato consumado? Isso só o tempo dirá, mas com certeza o outro lado da moeda é mais do que garantido: a voz de Claudio Ramos será ouvida alta e clara em todas as sessões dessa Câmara e a bem poucos ali agradará o teor de seus pronunciamentos.
    Particularmente, este modesto articulista tem a certeza de que Maricá está por conhecer a essência do que deveria ser uma regra e não uma excessão; a sociedade maricaense irá entender, finalmente, que é possível a um político agir de acordo com seu discurso, com transparência de propósitos e, acima de tudo, respeitando àqueles que o elegeram.
    Muito além das idéias inovadoras e do pensamento progressista que há muito reconheço como traço marcante da personalidade de Claudio Ramos, é na aguda objetividade de sua língua ferina e mordaz que repousa a minha esperança de começarmos em Maricá uma vida nova na quarta-feira. Quem sabe assim, a partir de uma voz solitária, mas recheada de vigor, de conteúdo e de visão clara das metas que persegue, não assistimos pouco a pouco a uma sutil mudança comportamental aqui e ali entre seus pares e, por extensão derivada do exercício de sua vereança, também entre os eleitores?
    Pode até ser um devaneio, mas confesso que no dia em que perder minha fé no ser humano, terá enfim chegado a hora de abrir mão da vida e desistir do amanhã e amanhã, meus amigos, amanhã será quarta-feira, dia de vida nova!

    quinta-feira, 26 de abril de 2012

    "JOGO JOGADO, O RESTO É CHORO..."

    "JOGO JOGADO, O RESTO É CHORO..."
    Maricá tem novo Vereador: Claudio Ramos.  Chegou ao fim, ontem dia 25 de abril, imbroglio jurídico da cassação de mandato que levou o advogado Claudio de Mendonça Ramos da suplência à titularidade na Câmara Municipal de Maricá. Em votação unânime, novamente, o TRE deu provimento ao recurso do PDT, corrigiu o êrro na publicação anterior do D.O. e rejeitou sumáriamente o embargo do lado perdedor, não havendo mais qualquer ação que imponha efeito suspensivo na decisão do tribunal e, portanto, obrigando aquela Câmara a dar posse ao seu novo representante.
    Visto assim, com um olhar inocente e sem se dar conta das agendas ocultas que movem os políticos, tudo parece indicar uma mera questão regimental de cumprimento de prazos para o ato de posse de Claudio Ramos. Entretanto, olhando com maior cuidado a movimentação que já se intensifica por baixo dos panos desses meses que antecedem novo pleito municipal, pode-se perceber que nem tudo é tão simples como parece e que dessa presidência da casa de leis maricaense qualquer absurdo pode advir.
    Há pouca - para não dizer nenhuma - vontade do atual presidente da Câmara em abrir as portas da casa e receber um Vereador sem vícios, sem laços de comprometimento fora daqueles com a sociedade maricaense que o elegeu sem favorecimentos ou mensalinhos, coisa tão rara em Maricá que beira o ineditismo. Há, ainda, um certo, digamos, temor pelo incômodo que certamente Claudio Ramos trará para essa grande ação entre amigos que caracteriza a política maricaense. Afinal não se trata de mais uma voz claudicante (sem trocadilho, por favor) e sem qualquer brilho que irá ao púlpito; agora o quadro muda profundamente, pois o novo Edil costuma falar com a liberdade daqueles que nada devem, que não têm amarras a lhe prender a voz ou a lhe conduzir as mensagens e que, acima de tudo, tem a sede insaciável pela transparência, pela retidão, pela decência no trato da coisa pública que não mais se pode ver entre os políticos que aí estão. Mais até do que sua voz, sinto que as pedras em seu caminho irão se acumular pelo pavor de ter alguém que vá olhar de verdade para os contratos estranhos desse Executivo leniente e mau gestor que nada faz, pela certeza de que lidarão com questionamentos fundamentados em fatos e dados ao invés de loas de ficção, ver-se-ão diante de propostas vinculadas aos anseios da população e não às pretensões individuais de quem se vale do cargo para benefício próprio como de hábito ocorre nesse cenário político nacional, estadual ou municipal e, maior de todos os temores, precisarão caminhar com muito cuidado onde antes era um mero passeio no parque, pois que o novo ator chega de lupa em punho disposto a tudo examinar minuciosamente e ainda a informar os eleitores de suas ações e dos resultados encontrados.
    É, há luz no fim do túnel e não parece ser ilusão: para aqueles que só chegam à vida pública para fins espúrios, é um trem de moralidade que vem para atropelar e aí, meus amigos, o melhor será mesmo andar na linha (agora com trocadilho mesmo) para não morrer nos trilhos... 

    segunda-feira, 23 de abril de 2012

    Voto Umbilical, isso precisa ter fim.

    Mais uma vez a efervescência eleitoral vai tomando conta das conversas nos municípios brasileiros e várias são as questões que afloram aqui e ali, a maioria passando pelos vícios políticos tão conhecidos: corrupção, nepotismo, acordos espúrios, infidelidade partidária, ausência de agenda, despreparo, fisiologismo e tantas outras mazelas que podemos enxergar nos candidatos. Pena que tantos cidadãos insistam em permanecer na escuridão e se recusem a enxergar o óbvio das promessas de campanha, entregando seus votos apenas pelas urgências ditadas por seus umbigos.
    É no vácuo da desinformação, nesse imenso espaço criado pela educação deficiente que se oferece à população saída dos bancos escolares sem a mínima capacidade de ler e compreender o mundo que lhe cerca, que uma sub-classe política grassa e multiplica seus tentáculos Brasil afora.
    Maricá, nesse contexto, é apenas o espelho fiel desse retrato cruel em que o cidadão segue desesperançado pelo quadro geral, mas permanece deixando-se levar pelas promessas que jamais serão cumpridas em troca das vantagens de pirro com que o candidato corrompe o seu voto irresponsável; essa é a essência do voto umbilical, uma excrescência que corrói a sociedade, mas que segue norteando as decisões de boca de urna do eleitor.
    É aquela velha contradição: ao melhor candidato êle afirma sua simpatia, promete seu voto e brada concordar com seus ideais, mas é àquele que o subverte com uma oferta individual - de vantagens, de produtos ou de pequenos presentes - que êle ao fim e ao cabo destina o seu voto depositado na urna. Depois, envergonhado e sem qualquer brilho em seu olhar, ratifica sem escrúpulos que votou naquêle a quem traiu e diz de sua tristeza por não vê-lo na Câmara Municipal... As eleições se sucedem e essa maldição hipócrita também, sem fazer distinção entre eleitores, tantos são os que praticam tal ignonímia sob os mais diversos pretextos e poucos pudores.
    Quem sabe se a publicação de artigos objetivos e esclarecedores sobre as piores práticas da classe política - como é o caso da série "Cartilha contra a corrupção" do Marcelo Bessa que o Itaipuaçú Site tem oferecido aos seus leitores - não ajuda o eleitor a aprender a separar o joio do trigo e a enxergar as fraudes que proliferam ao seu redor.
    Quem sabe se a assunção de novos titulares na Câmara Municipal de Maricá - conforme acaba de ocorrer com a chegada de Claudio Ramos àquela Casa - não ajuda a desnudar essa cadeia interminável de incompetência, má-fé na gestão dos recursos e continuada desatenção com as necessidades da sociedade maricaense.  
    Uma coisa é certa: é longo o caminho para que tenhamos um eleitor consciente e um conjunto de representantes que nos dê voz ao invés de se valer de nossos poderes a êle conferidos em seu próprio benefício, pois disto já estamos todos fartos.