quinta-feira, 14 de junho de 2012

METAMORFOSE

METAMORFOSE
A gradual mudança de uma casa amorfa


Finalmente, ao que parece, a Câmara dos Vereadores percebeu a importância do debate, da palavra proferida com fundamento, da esgrima verbal que venha dignificar um parlamento, ainda que seja através da polarização exclusiva de dois vereadores: um representando a oposição ao atual “status quo” da governança municipal e o outro na condição de voz do Executivo na Casa de Leis.
          De fato, foi somente a partir da assunção de Claudio Ramos – e isso ficou marcado desde suas primeiras palavras, quando de seu discurso de posse – que, após longo período mergulhada na mesmice das aprovações e dos arquivamentos automáticos sem qualquer discussão relevante a destacar, a Câmara pôde testemunhar uma cadeia de acontecimentos altamente favoráveis para o cenário político da cidade. Primeiro com o significativo e crescente aumento da presença de cidadãos nas sessões da casa e, segundo, com a subida de tom e teor das denúncias, proposições e opiniões ali apresentadas, especialmente pela constante participação do novel Vereador que tem monopolizado as atenções da mídia e de seus profissionais com seu sarcasmo inteligente, suas observações bem estruturadas e, mais que tudo, com sua diligência na continuidade de sua oratória que se faz partícipe das  ações subsequentes.
          Foi assim que nesta quarta-feira pudemos nos deliciar com os dois citados oradores – Claudio Ramos, o Paladino da Moralidade, a Voz de Maricá, como vem sendo chamado por alguns munícipes e jornalistas, com sua verve oposicionista pungente, duelando com o líder do governo Fabiano Horta que, no exercício de defesa dos interesses do Executivo, demonstra estar cada dia mais afiado na adequação de palavras e letras regimentais. Com isso, até mesmo representantes que costumeiramente permanecem em silêncio viram-se quase que na obrigação de ocupar a tribuna e fazer-se atuante de alguma forma, ainda que a tantos isto signifique agredir impiedosamente a gramática portuguesa e os bons costumes pela sua total incapacidade de utilizar-se de um falar minimamente culto.
          È estimulante, para quem deseja desvendar os mistérios que revestem os números e as narrativas deste governo que faz Maricá assemelhar-se à Ilha da Fantasia, assistir a comovente defesa do indefensável e a busca desesperada por fatos que corroborem o discurso ufanista da bancada situacionista, pois que torna a cada dia mais palpável a realização de um sonho acalentado pela imensa maioria da sociedade pensante de Maricá: a defenestração definitiva do atual Prefeito e de seus asseclas, correligionários e adjacentes usurpadores do povo maricaense, povo este que carece de quase tudo em uma cidade que sobre um crescimento demográfico acelerado vê acumular cada vez mais carências de ordem sanitária, educacional, habitacional, trabalhista e estrutural apesar dos milhões trazidos pelo petróleo extraído das fraldas do território fluminense.
          É alvissareiro perceber a indignação contagiando mais vozes, até mesmo considerando que em algumas reluza tão somente aquele brilho efêmero da conveniência momentânea à procura de alguns minutos de notoriedade na cauda do cometa que vê passar; da mesma forma que é angustiante compreender que em outros há apenas uma tênue e infrutífera tentativa de se fazer incluir nessa ribalta de talentos e de propósitos políticos que se desfaz quase que instantaneamente desde os primeiros solfejos de seus débeis discursos vazios.
          Que se renovem, então, a cada sessão, os munícipes que as assistem já que a casa já não comporta o volume de cidadãos que dela se acerca nesses dias.
Que se renovem, igualmente, as denúncias, cobranças e exigências daqueles que se dispõem a fiscalizar os atos, mandos e desmandos de um Executivo tão incompetente quanto mentiroso, tão desavergonhado quanto desastroso e descompromissado com o amanhã de nosso município, posto que é a serviço de suas próprias agendas pessoais que mobilizam suas forças.
Que se renovem e se multipliquem, por último, aqueles que por consciência, lucidez e coerência moral entendem necessária uma aliança ampla e despida de vaidades individuais para tornar realidade um novo tempo em nossa cidade, para tornar factível a expulsão de todos esses violadores que há quase quatro anos vêm destruindo sonhos, vidas e perspectivas de um amanhã virtuoso sem que lhes surja na face qualquer sinal de preocupação, remorso ou arrependimento pelos que nos tem ceifado de oportunidades.
          Chega! Basta!
É chegada a hora de mudar de rumos e caminhar a passos determinados para um futuro de desenvolvimento responsável com ética, transparência e responsabilidade!

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