domingo, 3 de junho de 2012

FATOS, BOATOS E DESMENTIDOS

Certamente foi uma grande surpresa ver um plenário tão cheio para uma sessão cuja Ordem do Dia, mais uma vez, dava conta apenas de mais nominações de logradouros. Às vezes tem-se a impressão de que nada mais resta aos vereadores de Maricá senão render homenagens póstumas em ruas esburacadas, tamanha a volúpia com que são apresentadas proposições nesse sentido e ignorados os desmandos e equívocos do Executivo Municipal.
Claro que pairava no ar uma expectativa. Havia um rumor que tomara conta da cidade e sua confirmação poderia implodir o atual cenário de forças políticas.
É difícil avaliar até que ponto houve apenas um balão de ensaio ou um recuo diante da repercussão que a notícia gerara na sociedade maricaense, em especial entre os representantes da imprensa e dos partidos políticos. A ausência do Presidente da casa apontava que alguma coisa mudara desde que o assunto veio à tona, mas não havia qualquer certeza fora do óbvio desdobramento da matéria veiculada na Globo dias antes.
A reação do vereador envolvido na denúncia - e colérico com a citação nominal feita pelo Presidente na sessão anterior - foi abafada pelas intervenções brilhantes de Claudio Ramos e Uiltinho. O primeiro trazendo, como sempre, um toque de ética e dignidade à casa ao pronunciar-se pela investigação ampla antes de acatar as denúncias advindas da imprensa, por mais que se saiba que esta não costuma fazer fumaça sem fogo. Já o segundo, mostrando um afiado senso de humor ao responder com mordacidade à pergunta que se pretendia retórica e se mostrou mais que reveladora, fez calar o orador que tentava explicar algo tão inexplicável quanto baton em roupa íntima...
Que bom que o plenário estava atento e pulsante, apesar do horário inadequado em que ocorrem as sessões; pelo menos desta feita houve quem testemunhasse os dois lados da moeda: o despreparo de uns e a capacidade de outros.
Ainda que somente a fórceps tenha sido arrancada uma resposta direta do Primeiro Secretário, saber que a manobra de redução do quantitativo de vereadores era naquele momento uma ficção gerou certo alívio, mesmo considerando pouco verossímel a veemência do desmentido - afinal a notícia nascera nos lábios do próprio Presidente - e entendendo que essa página  tem muitas linhas em branco. Serão mais oito sessões até que se esgotem os prazos legais para mudanças na composição da Câmara e, por isso, é preciso manter nossas barbas de molho.

Um comentário:

  1. Uma das condições para se candidatar a vereador seria ter Curso Superior e ter exercido a profissão por, no mínimo, 10 anos. Teríamos então vereadores capacitados e não uma "turma" (para não usar outro coletivo) tão despreparada, como você mencionou. Nem sempre quem cala consente. As vezes, cala quem não sabe falar.

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