sábado, 28 de abril de 2012

VIDA NOVA NA QUARTA-FEIRA

"VIDA NOVA NA QUARTA-FEIRA"


Vencidas todas as filigranas legais nescessárias, finalmente é chegada a hora de ter início uma nova página no cenário político de Maricá.
Apesar de meus temores, a presidência da Câmara Municipal decidiu-se pelo respeito às instituições e às liturgias que o cargo lhe impõe e imediatamente após o recebimento de notificação do Tribunal Regional Eleitoral, fez chegar às mãos do Dr. Claudio Ramos o Ofício Nº023/2012-GP em que agenda para o dia dois de maio próximo a sessão solene de compromisso e posse deste como Vereador dessa casa Legislativa.
Mais que pela presteza com que agiu, o Presidente do Legislativo Municipal nos surpreende por apresentar um incomum traço de maturidade política e sinalizar seu desejo de manter protocolar relacionamento com o Vereador Claudio Ramos. Será de fato um novo tempo que se avizinha, ou somente a resignação diante do fato consumado? Isso só o tempo dirá, mas com certeza o outro lado da moeda é mais do que garantido: a voz de Claudio Ramos será ouvida alta e clara em todas as sessões dessa Câmara e a bem poucos ali agradará o teor de seus pronunciamentos.
Particularmente, este modesto articulista tem a certeza de que Maricá está por conhecer a essência do que deveria ser uma regra e não uma excessão; a sociedade maricaense irá entender, finalmente, que é possível a um político agir de acordo com seu discurso, com transparência de propósitos e, acima de tudo, respeitando àqueles que o elegeram.
Muito além das idéias inovadoras e do pensamento progressista que há muito reconheço como traço marcante da personalidade de Claudio Ramos, é na aguda objetividade de sua língua ferina e mordaz que repousa a minha esperança de começarmos em Maricá uma vida nova na quarta-feira. Quem sabe assim, a partir de uma voz solitária, mas recheada de vigor, de conteúdo e de visão clara das metas que persegue, não assistimos pouco a pouco a uma sutil mudança comportamental aqui e ali entre seus pares e, por extensão derivada do exercício de sua vereança, também entre os eleitores?
Pode até ser um devaneio, mas confesso que no dia em que perder minha fé no ser humano, terá enfim chegado a hora de abrir mão da vida e desistir do amanhã e amanhã, meus amigos, amanhã será quarta-feira, dia de vida nova!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

"JOGO JOGADO, O RESTO É CHORO..."

"JOGO JOGADO, O RESTO É CHORO..."
Maricá tem novo Vereador: Claudio Ramos.  Chegou ao fim, ontem dia 25 de abril, imbroglio jurídico da cassação de mandato que levou o advogado Claudio de Mendonça Ramos da suplência à titularidade na Câmara Municipal de Maricá. Em votação unânime, novamente, o TRE deu provimento ao recurso do PDT, corrigiu o êrro na publicação anterior do D.O. e rejeitou sumáriamente o embargo do lado perdedor, não havendo mais qualquer ação que imponha efeito suspensivo na decisão do tribunal e, portanto, obrigando aquela Câmara a dar posse ao seu novo representante.
Visto assim, com um olhar inocente e sem se dar conta das agendas ocultas que movem os políticos, tudo parece indicar uma mera questão regimental de cumprimento de prazos para o ato de posse de Claudio Ramos. Entretanto, olhando com maior cuidado a movimentação que já se intensifica por baixo dos panos desses meses que antecedem novo pleito municipal, pode-se perceber que nem tudo é tão simples como parece e que dessa presidência da casa de leis maricaense qualquer absurdo pode advir.
Há pouca - para não dizer nenhuma - vontade do atual presidente da Câmara em abrir as portas da casa e receber um Vereador sem vícios, sem laços de comprometimento fora daqueles com a sociedade maricaense que o elegeu sem favorecimentos ou mensalinhos, coisa tão rara em Maricá que beira o ineditismo. Há, ainda, um certo, digamos, temor pelo incômodo que certamente Claudio Ramos trará para essa grande ação entre amigos que caracteriza a política maricaense. Afinal não se trata de mais uma voz claudicante (sem trocadilho, por favor) e sem qualquer brilho que irá ao púlpito; agora o quadro muda profundamente, pois o novo Edil costuma falar com a liberdade daqueles que nada devem, que não têm amarras a lhe prender a voz ou a lhe conduzir as mensagens e que, acima de tudo, tem a sede insaciável pela transparência, pela retidão, pela decência no trato da coisa pública que não mais se pode ver entre os políticos que aí estão. Mais até do que sua voz, sinto que as pedras em seu caminho irão se acumular pelo pavor de ter alguém que vá olhar de verdade para os contratos estranhos desse Executivo leniente e mau gestor que nada faz, pela certeza de que lidarão com questionamentos fundamentados em fatos e dados ao invés de loas de ficção, ver-se-ão diante de propostas vinculadas aos anseios da população e não às pretensões individuais de quem se vale do cargo para benefício próprio como de hábito ocorre nesse cenário político nacional, estadual ou municipal e, maior de todos os temores, precisarão caminhar com muito cuidado onde antes era um mero passeio no parque, pois que o novo ator chega de lupa em punho disposto a tudo examinar minuciosamente e ainda a informar os eleitores de suas ações e dos resultados encontrados.
É, há luz no fim do túnel e não parece ser ilusão: para aqueles que só chegam à vida pública para fins espúrios, é um trem de moralidade que vem para atropelar e aí, meus amigos, o melhor será mesmo andar na linha (agora com trocadilho mesmo) para não morrer nos trilhos... 

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Voto Umbilical, isso precisa ter fim.

Mais uma vez a efervescência eleitoral vai tomando conta das conversas nos municípios brasileiros e várias são as questões que afloram aqui e ali, a maioria passando pelos vícios políticos tão conhecidos: corrupção, nepotismo, acordos espúrios, infidelidade partidária, ausência de agenda, despreparo, fisiologismo e tantas outras mazelas que podemos enxergar nos candidatos. Pena que tantos cidadãos insistam em permanecer na escuridão e se recusem a enxergar o óbvio das promessas de campanha, entregando seus votos apenas pelas urgências ditadas por seus umbigos.
É no vácuo da desinformação, nesse imenso espaço criado pela educação deficiente que se oferece à população saída dos bancos escolares sem a mínima capacidade de ler e compreender o mundo que lhe cerca, que uma sub-classe política grassa e multiplica seus tentáculos Brasil afora.
Maricá, nesse contexto, é apenas o espelho fiel desse retrato cruel em que o cidadão segue desesperançado pelo quadro geral, mas permanece deixando-se levar pelas promessas que jamais serão cumpridas em troca das vantagens de pirro com que o candidato corrompe o seu voto irresponsável; essa é a essência do voto umbilical, uma excrescência que corrói a sociedade, mas que segue norteando as decisões de boca de urna do eleitor.
É aquela velha contradição: ao melhor candidato êle afirma sua simpatia, promete seu voto e brada concordar com seus ideais, mas é àquele que o subverte com uma oferta individual - de vantagens, de produtos ou de pequenos presentes - que êle ao fim e ao cabo destina o seu voto depositado na urna. Depois, envergonhado e sem qualquer brilho em seu olhar, ratifica sem escrúpulos que votou naquêle a quem traiu e diz de sua tristeza por não vê-lo na Câmara Municipal... As eleições se sucedem e essa maldição hipócrita também, sem fazer distinção entre eleitores, tantos são os que praticam tal ignonímia sob os mais diversos pretextos e poucos pudores.
Quem sabe se a publicação de artigos objetivos e esclarecedores sobre as piores práticas da classe política - como é o caso da série "Cartilha contra a corrupção" do Marcelo Bessa que o Itaipuaçú Site tem oferecido aos seus leitores - não ajuda o eleitor a aprender a separar o joio do trigo e a enxergar as fraudes que proliferam ao seu redor.
Quem sabe se a assunção de novos titulares na Câmara Municipal de Maricá - conforme acaba de ocorrer com a chegada de Claudio Ramos àquela Casa - não ajuda a desnudar essa cadeia interminável de incompetência, má-fé na gestão dos recursos e continuada desatenção com as necessidades da sociedade maricaense.  
Uma coisa é certa: é longo o caminho para que tenhamos um eleitor consciente e um conjunto de representantes que nos dê voz ao invés de se valer de nossos poderes a êle conferidos em seu próprio benefício, pois disto já estamos todos fartos.