sexta-feira, 8 de junho de 2012

UMA SESSÃO DIFERENTE...

Foi um dia atípico, tanto quanto a sessão que na falta de quórum transformou-se e revelou o que poderia ser feito em respeito ao cidadão, não como iniciativa informal decorrente do desrespeito dos vereadores que ali não compareceram sem justificativas - de onze cadeiras, apenas três estavam ocupadas inicialmente e uma quarta somou-se ao final - e sim regular e formalmente após o Grande Expediente ser encerrado.
Após 16 anos de vereança, Alberto da Maricaense teve a alegria de presidir uma sessão e pôde fazê-lo de maneira ímpar, pois embora tenha aberto e encerrado os trabalhos a um só tempo, participou em seguida de um delicioso "pinga-fogo" com os munícipes presentes que fizeram uso do microfone sem fio a pedido de Claudio Ramos. Mais do que o ineditismo, surpreendeu a todos a forma positiva com que "sessão" teve curso e, ainda, o equilíbrio das intervenções populares. Na verdade, é possível afirmar que houve um exemplo de boa oratória para certos vereadores que assassinam a gramática com frequência...
Ao contrário do usual, houve um encontro longo, agradável, com participações de todos - sem aquela velocidade de locução das corridas do Jockey Club com que são apresentados os expedientes nas sessões - e muito bom senso permeando ambos os lados do salão. Pena que tudo se deu em "off", sem registro em Ata e sem os desdobramentos que uma sessão poderia acarretar, embora tenha ficado a idéia, encampada pelos quatro vereadores, de levar à mesa a sugestão de repetir a dose regularmente.
Seria de bom alvitre que a casa acatasse o hábito de ouvir seus munícipes de viva voz, claro que respeitados os limites da educação e rejeitando todae qualquer tentativa de transformar diálogo em palanque político desta ou daquela bandeira. Considerando-se o ensaio, esta seria a menor das preocupações. Bastaria formatar um modelo dentro dos mesmos critérios da própria sessão formal e delimitar os tempos das participações para que tivéssemos um debate dos mais profícuos.
Quem sabe um milagre acontece e essa Câmara, que tão afastada se acha da sociedade, não abre seus ouvidos e seus olhos para aqueles que ao fim e ao cabo são seus verdadeiros patrões? É preciso acreditar em um amanhã melhor para que possamos resistir ao presente que nos açoita...

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