segunda-feira, 7 de maio de 2012

O DIA SEGUINTE...COMEÇAM AS FILIGRANAS



Ainda que possamos entender a expectativa daqueles que, sob o impacto do pronunciamento da sua posse, compareceram à Câmara de Maricá para acompanhar a estréia do Vereador Claudio Ramos na lide política, a realidade da rotina e dos procedimentos regimentais daquela casa de leis pode até mesmo frustrar os mais desavisados.
Assim, passada a leitura da Ordem do Dia - a qual, diga-se, faz lembrar a célere narrativa de um páreo no Jockey Club, tamanha é a velocidade da leitura muitas vezes incompreensível do relator Vereador Fabiano Horta - têm início os trabalhos da casa e aí é possível perceber com maior clareza o porquê de tantas decisões irem de encontro às postulações do povo, quando de fato obrigar-se-iam a seguir ao encontro dessas reinvidicações. Não chegou a causar espécie, por esperado, a reação da quase totalidade dos representantes presentes, negando ao novel Vereador Claudio Ramos o pedido de vistas de matéria posta em votação, embora tal pedido tenha sido feito em total acordo com o Regimento Interno da casa, o qual, na Seção IX, Subseção V, dispõe:
"Art.203  Qualquer Vereador poderá pedir vistas sobre matéria em tramitação na Câmara, observado o disposto nos parágrafos 2º e 3º do artigo anterior.
Parágrafo Único.  O pedido de vistas processar-se-á por requerimento verbal do Vereador, aprovado pelo Plenário."  No disposto supra citado, lê-se o seguinte: "2º O adiamento deverá ser proposto por tempo determinado, não podendo ser superior a três sessões.  3º Não será permitido o adiamento da votação nos seguintes casos: I - matéria em regime de urgência; II - veto."
Ora, ao respeitar o disposto no Regimento, o Vereador Claudio Ramos esperava nada menos que a habitual concordância de seus pares, mormente por tratar-se de matéria relevante sobre a qual havia tomado ciência momentos antes do início daquela sessão e não ser absolutamente coerente com seus princípios acompanhar qualquer voto às cegas. A negativa, ainda que passível de ocorrer, foide encontro à praxe da casa e, mais ainda, deu-se alicerçada em falsas premissas, posto que tanto o Vereador Caiu quanto o Presidente Luciano alegaram não caber pedido de vistas em matéria em 2ª votação, o que colide frontalmente com a lógica, com o bom senso e com a própria liturgia de instâncias superiores (Câmara de Deputados e Senado) onde cabe pedido de vistas a qualquer tempo, desde que a matéria ainda não tenha sido votada e deliberada em definitivo, como é o caso em análise aqui.
O que se pode depreender do episódio é uma certa predisposição à intransigência, ou terá sido apenas um deslize daqueles que, apesar de debitar na conta da inexperiência do Vereador Claudio Ramos um pedido inadequado (fora do que é regimental), na verdade revelaram grave equívoco em sua interpretação?
Quero acreditar no deslize; seria profundamente decepcionante constatar uma orquestração de isolamento do novo Edil, visto que somente o Vereador Uilton, possivelmente por ter sido êle próprio o receptor da matéria, tenha votado pela concessão das vistas. O tempo dirá onde reside a verdade, mas enquanto esta não vem à tona, é importante crescer a participação da sociedade maricaense na platéia das sessões da Câmara, pois esta é uma das formas de inibir (ou será de conhecer?) comportamentos pouco republicanos, digamos...
O que falta para que compareçamos em número expressivo às sessões de segundas e quartas-feiras? O que falta para despertar a sociedade e fazê-la exercer seu gigantesco poder de fiscalização e de cobrança daqueles que, em síntese, deveriam representar suas reinvidicações? Será que vivemos em um tempo de alienação de tal ordem que apenas o inútil, apenas o vulgar ou o desprezível são capazes de provocar catarses?
ACORDE CIDADÃO MARICAENSE!
Já é o dia seguinte e o mundo real que nos cerca é muito diferente daquele descrito nas peças de ficção da propaganda oficial deste desgoverno que aí está!
É preciso agir e o tempo conspira contra os homens de bem que se calam diante do mal, aqui personificado nos atos insensatos de um Executivo mal intencionado, cabotino, corrupto e inepto em sua essência.    

    

Um comentário:

  1. Não percam tempo esperando da Câmara comportamento civilizado e democrático. O Legislativo está a serviço do Executivo de maneira escandalosa. Passem para um comportamento de denúncias e cobranças em tempo integral para não receberem acusações de acomodação e subserviência. Dali não sairá nada em fovor do povo. Tentam enganar com discursos as suas práticas venais e o que manda é o dinheiro. Se vocês vacilarem vão fazer com que o Claudio Ramos desapareça, emparedado pelos demais. Não há, definitivamente, nenhuma boa vontade com quem não se corrompe. Partam para a briga imediatamente e não esperem solidariedade da população. Aqui em Maricá encontrei o povo mais acomodado que já ví. Querem tudo sem esforço e participação. O medo impera, mas a pasmaceira fica escondida sob a desculpa das possíveis consequências para quem ousa desafiar a quadrilha. Ricardo Vieira Ferreira

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