segunda-feira, 23 de abril de 2012

Voto Umbilical, isso precisa ter fim.

Mais uma vez a efervescência eleitoral vai tomando conta das conversas nos municípios brasileiros e várias são as questões que afloram aqui e ali, a maioria passando pelos vícios políticos tão conhecidos: corrupção, nepotismo, acordos espúrios, infidelidade partidária, ausência de agenda, despreparo, fisiologismo e tantas outras mazelas que podemos enxergar nos candidatos. Pena que tantos cidadãos insistam em permanecer na escuridão e se recusem a enxergar o óbvio das promessas de campanha, entregando seus votos apenas pelas urgências ditadas por seus umbigos.
É no vácuo da desinformação, nesse imenso espaço criado pela educação deficiente que se oferece à população saída dos bancos escolares sem a mínima capacidade de ler e compreender o mundo que lhe cerca, que uma sub-classe política grassa e multiplica seus tentáculos Brasil afora.
Maricá, nesse contexto, é apenas o espelho fiel desse retrato cruel em que o cidadão segue desesperançado pelo quadro geral, mas permanece deixando-se levar pelas promessas que jamais serão cumpridas em troca das vantagens de pirro com que o candidato corrompe o seu voto irresponsável; essa é a essência do voto umbilical, uma excrescência que corrói a sociedade, mas que segue norteando as decisões de boca de urna do eleitor.
É aquela velha contradição: ao melhor candidato êle afirma sua simpatia, promete seu voto e brada concordar com seus ideais, mas é àquele que o subverte com uma oferta individual - de vantagens, de produtos ou de pequenos presentes - que êle ao fim e ao cabo destina o seu voto depositado na urna. Depois, envergonhado e sem qualquer brilho em seu olhar, ratifica sem escrúpulos que votou naquêle a quem traiu e diz de sua tristeza por não vê-lo na Câmara Municipal... As eleições se sucedem e essa maldição hipócrita também, sem fazer distinção entre eleitores, tantos são os que praticam tal ignonímia sob os mais diversos pretextos e poucos pudores.
Quem sabe se a publicação de artigos objetivos e esclarecedores sobre as piores práticas da classe política - como é o caso da série "Cartilha contra a corrupção" do Marcelo Bessa que o Itaipuaçú Site tem oferecido aos seus leitores - não ajuda o eleitor a aprender a separar o joio do trigo e a enxergar as fraudes que proliferam ao seu redor.
Quem sabe se a assunção de novos titulares na Câmara Municipal de Maricá - conforme acaba de ocorrer com a chegada de Claudio Ramos àquela Casa - não ajuda a desnudar essa cadeia interminável de incompetência, má-fé na gestão dos recursos e continuada desatenção com as necessidades da sociedade maricaense.  
Uma coisa é certa: é longo o caminho para que tenhamos um eleitor consciente e um conjunto de representantes que nos dê voz ao invés de se valer de nossos poderes a êle conferidos em seu próprio benefício, pois disto já estamos todos fartos.

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