quarta-feira, 18 de setembro de 2024

O silêncio covarde

 O que estamos assistindo nos dias de hoje representa com fidelidade uma vocação coletiva de acomodação, de leniência e, porque não dizer com todas as letras, de covardia.

A escalada autoritária do STF e dessa jaboticaba inútil alcunhada TSE têm produzido as mais revoltantes cenas diárias de atropelamento sem pudor das letras de nossa Carta Magna e, ao que parece, aquela instituição que pode - e tem a obrigação constitucional de fazê-lo - e deveria travar essa distorção em uma democracia que agoniza a olhos vistos, mostra-se amorfa e amoral versão da instância maior do Parlamento; infelizmente temos um Senado que patina moralmente por seus inúmeros vínculos pouco republicanos com aquela quadrilha de toga e desenha um cenário que nos envergonha e causa repulsa.

Na redução do quadro nacional, vindo para um espaço próximo de nossa rotina diária enquanto caminhamos para mais um momento decisivo na política doméstica, o que vemos é a mesma covardia de quem afirma ser apoiador de mudanças e deseja tirar de Maricá um grupo dominante que esbulha a sociedade há 16 anos, mas no miúdo, ali na hora de mostrar a cara e dizer com todas as letras quem quer à frente da Prefeitura, cala e submerge na conveniência.

Então é assim, assistindo por quase todos os lados essa demonstração que mistura frouxidão moral com interêsses e acordos passados ou futuros, que seguimos nos decepcionando em um presente que por nada altera tal atitude coletiva dos influentes, dos poderosos e velhos caciques da cidade - todos minhocas da terra, maricaenses-raiz - e nos condena a cada vez vivenciar mais do mesmo: uma Maricá tornada milionária, mas inchando-se de novas mazelas, afundada em escândalos de corrupção, aplaudindo maquiagens que nem de longe arranham as soluções que a cidade exige e, ao que tudo indica, prometendo ir às urnas confirmar seu auto-flagelo insano.

É muito difícil aceitar tudo calado. É quase impossível engolir essa coisa que mais parece uma disfunção cognitiva que uma escolha sã de pessoas que sabemos plenamente capacitadas para assumir decisões coerentes com o discurso que praticam quando interagem com quem expressa sua indignação diante dessa Maricá anestesiada. 

Vejo as campanhas recrudescendo e atropelando códigos basilares de civilidade e educação. Vejo nomes que, envolvidos diretamente nessa corrida eleitoral, se perderam em um cipoal de intrigas, mentiras e agressões verbais inaceitáveis entre pares, o que apenas favorece aos que estão aboletados no poder e ali pretendem permanecer para mais e mais se locupletar. Seria cômico, se não fosse trágico...

Ao que tudo indica, os próximos capítulos prometem confirmar o destino negro de mais uma década, a menos que, aos 49min do segundo tempo surja um estalo do Vieira nos protagonistas silenciosos dessa ópera bufa e, na prorrogação, venha a vitória do conservadorismo que pode limpar a cidade e nos levar a um ciclo virtuoso. Seria um sonho? Um devaneio de quem acredita que a volta de Claudio Ramos à cena política de Maricá após doze anos de silêncio foi um sinal de que novos tempos estão por vir? Não sei a resposta para essas perguntas e creio que as dúvidas que me atormentam são compartilhadas com muitos dos que lêem estas linhas.

O que posso afirmar com segurança é que tudo aquilo de tenho e, da mesma forma, tudo o que não tenho na vida é fruto de minha lucidez. Na solidez desta convicção é que mantenho um pensar otimista diante da vida, não importam as condições que se apresentem e esta atitude foi o que. há muitas décadas, construiu os laços de respeito, admiração e real amizade que permeia minha relação pessoal e profissional com Claudio Ramos e a torna absolutamente recíproca; em ambos reside a percepção clara do porquê de chineses e japoneses grafarem ideograma único, cada qual com seus traços próprios, é claro, dando à CRISE e à OPORTUNIDADE a mesma imagem: em todo momento crítico da vida nos vemos diante de um oportunidade de mudança. Nos processos de qualidade há uma frase capital, verdadeira e extremamente poderosa para trazer resultados: Nada é mais permanente que a mudança.  

Agora deixo aqui uma reflexão para todos que têm a oportunidade de se tornar um agente da mudança e colocar Maricá no caminho da ética, da responsabilidade e da transparência no trato da coisa pública através da meritocracia que caracteriza desde sempre o nome Claudio Ramos:
Levanta-se nossa voz nas urnas ou fica o silêncio covarde? 




Um comentário:

  1. Concordo plenamente,temos que fazer e ser a mudança que queremos para Maricá e por um fim a essa corja que já perdura décadas a custa de voto de cabrestos de todos os prestadores ligados a prefeitura e autarquias Para prefiro temos a resposta que Maricá clama,Dr. Claudio Ramos 30.

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