Chegamos uma vez mais às portas das eleições que definem um matrimônio coletivo de quatro anos. Dependendo do ângulo de visão, pode-se dizer que é uma condenação, não casamento.
Conseqüência de uma legislação eleitoral que nem de longe visa o eleitor, assistimos ontem ao último debate entre os candidatos à presidência, infelizmente dentro de um modelo que alija o confronto direto de propostas e revela cenas teatrais constrangedoras. Mesmo assim algumas lições podem ser extraídas da pantomina, visto que ainda há resquícios de objetividade e preparo passíveis de vislumbre em meio àquela tibieza de conteúdo da maioria. Senão vejamos:
A candidata inquilina do palácio do planalto regogiza-se de manter cinquenta e seis milhões de brasileiros no programa assistencialista bolsa-família como se isso fosse excelente, quando na verdade apenas revela seu incentivo à preguiça e à acomodação - dinheiro vicia... - ao distribuir esmolas sem a exigência de contrapartidas, sem oferecer portas de saída ou plantar perspectivas de liberdade dessa dependência perversa cujo trôco é o voto. Suas respostas raramente contemplam as perguntas que lhe foram endereçadas ou smplesmente o faz com mentiras deslavadas e desmascaradas publicamente por fatos e dados. As bravatas que profere a guiza de promover-se são peças de ficção da propaganda petista, o mundo encantado dos alienados úteis e inúteis.
Dos nanicos ali presentes nem vale a tinta tecer juízo de valor; são a confirmação das piadas prontas...
A outra vermelha, hoje sob a capa maltrapilha de ente da floresta, prosseguiu espremendo sua voz roufenha e idéias de igual teor de tal forma que se viu destroçada até mesmo pela Anta, a quem municiou com perguntas de encomenda, justificando plenamente sua alma ainda vinculada à estrela.
É de todo pouco crível que o brasileiro comum que sulanca no insipiente transporte público que lhe é oferecido tenha permanecido à frente dos televisores no horário estúpido adotado por uma rede que é incapaz de modificar sua grade em benefício dos cidadãos, exceto quando se trata de futebol, o ópio do alheiamento das massas. Dito isto, é de questionar o que leva nosso povo a declarar-se maciçamente insatisfeito com os políticos, classificando-os com justiça de corruptos e despreparados em sua maioria, mas esquizofrenicamente segue defendendo o aumento do Estado como forma de solucionar seus problemas. Caso sério de tratamento, ou apenas a revelação cristalina da ignorância atávica do brasileiro que por natureza, pela essência de suas heranças históricas culturais, sonha com as soluções que lhes venham trazidas por um messias, não pelas mudanças coletivas de atitudes ou pelos esforços individuais na construção de um novo comportamento na sociedade. No fundo trata-se de um enorme, gigantesco, comodismo revestido daquela falta de comprometimento tão tîpica nos incompetentes quanto comum nos tutelados, que preferem seguir com o ruim que lhes rouba o futuro e é atribuído ao outro, a participar êle próprio da solução correta, assumindo os riscos ali contidos e comprometendo-se com o trabalho que isso demanda.
Reside aí a resistência às propostas equilibradas, coerentes com uma visão moderna de um mundo cada vez mais competitivo e despidas de ideologias populistas tão anacrônicas quanto comprovadamente falidas ao longo da história da civilização. Talvez por isso tudo tenhamos que olhar com preocupação para o resultado que sairá das urnas deste pleito, não bastassem a baixa confiabilidade destas e o escandaloso uso da máquina administrativa governamental em flagrante e imoral desrespeito à Constituição e às normas eleitorais.
O candidato oposicionista - aquele que desde sempre esteve em lado de antonimia ideológica, legal e administrativa em relação a esses que tomaram de assalto o país e o querem transformar em republiqueta marxista, bolivariana ou cubana alinhada com os ditames do infame fôro de são paulo (as minúsculas são propositais) - luta quixotesca e bravamente para fazer-se compreender e incutir nessa massa disforme socialmente seus conceitos de seriedade, meritocracia e olhar cívico para o amanhã do nosso país. Enfrenta com isso as forças de defesa do status quo, as ações a soldo de uma militância cega e o crescente contingente dos prisioneiros desse criminoso cartório esmoler que há mais de uma década rouba-lhes as esperanças.
O Brasil está diante da pior de suas inúmeras encruzilhadas: vê crescer sob seus olhos aquela mesma ameaça que no passado exigiu expulsar e que a nobreza de um perdão altruísta característico dos vencedores permitiu regressar à sua sociedade e agora destila o rancor dos derrotados na tentativa de subverter as verdades e re-escrever a história. Prosseguir refém dessa trajetória canhestra, assistir a mais quatro anos - e conviver com a possibilidade de ainda mais - de assalto e desconstrução de nossas já enfraquecidas instituições, é praticamente dar adeus ao futuro e condenar nossos filhos e netos ao mais sorrateiro, mais usurpador, mais totalitário, mais decrépito regime que se tem notícia e sabê-los impotentes diante desse falso paraíso do qual não lhes será permitido escapar...
Acorda Brasil! A urna, amanhã, é sua última arma!
Nota: O texto gravado segundo as normas tradicionais da língua portuguesa é intencional e representa minha rejeição à boçal tentativa de impor um acôrdo ortográfico recusado por todos os países lusófonos.
Nota: O texto gravado segundo as normas tradicionais da língua portuguesa é intencional e representa minha rejeição à boçal tentativa de impor um acôrdo ortográfico recusado por todos os países lusófonos.
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